se não há uma segunda porta,
pode apostar que existe uma janela,
ou um telhado que se possa abrir.
Por isso, você pode contemplar uma rosa,
sentir seu perfume inigualável,
perder-se com a beleza das cores,
e deixar-se levar pela magia das flores.
Ou sentir o espinho e reclamar da dor,
lamentar as folhas arrancadas.
Pode chorar por não ter recebido mais rosas,
ou ainda hoje, oferecer uma para alguém...
Você pode olhar o mar e se encantar,
sentir a água salgada refrescar a pele,
a força das ondas limpar as energias,
deliciar-se com o alimento que vem do mar
que pode ainda hoje, saciar a sua fome.
Ou pode lembrar da Tsunami que matou milhares,
das tempestades que afundam navios,
dos que morreram afogados...
Diante do Sol pode se aquecer,
lembrar que a vida não existe sem ele,
passear sem compromisso, tomar um sorvete,
ou olhar a terra seca, pensar no deserto,
chorar diante da semente que morreu,
lamentar o fruto que não floresceu.
Assim é a sua vida,
cheia de motivos para comemorar,
a saúde que não ligamos, até cairmos doentes,
a paz que temos, até que alguém nos rouba,
o amor que nos une, até que nos separamos,
a família que nos liga, até que nos distanciamos,
a humildade que queremos ter, até que o orgulho nos cegue,
o emprego que nos sustenta, até que o demissão nos atinge. Mesmo diante da noite mais escura, podemos acender um mísero fósforo e iluminar a rua.
Diante da dor mais profunda,
podemos confortar com um gesto, uma palavra.
Perto do fim, podemos encontrar o nosso começo,
e onde tudo parecer impossível,
nos resta o encontro divino com a fé,
onde Deus, que habita em nós, responde,
Filho, Eu estou aqui,
Eu sou o Amor.
Duas escolhas, sempre,
que o amor seja sempre a nossa primeira escolha.