Simboliza o equilíbrio, momento de união entre a deusa Lua e o deus Sol. Deste dia em diante o dia dominará a noite, ou seja, os dias serão maiores que as noites. Os antigos pagãos costumavam acender fogueiras na noite de Ostara, para que o brilho do fogo trouxesse a fertilidade para a Terra e a segurança para seus lares, iluminando o caminho para que o Sol pudesse retornar à Terra.
Em um tempo muito antigo, era sempre Primavera. deméter, a deusa da fecundidade dos campos, passava o ano todo a cobrir a terra de verduras, flores e frutos. Os campos eram sempre verdejantes e as flores nunca murchavam. deméter era uma das esposas de Zeus, pai de todos os deuses e, com ele, tinha uma filha chamada Core. A jovem costumava brincar com as outras ninfas nos campos floridos. Um dia, atraída pelo perfume do narciso, Core afasta-se das companheiras e debruça- se para colher um botão que floria na borda de um penhasco. Nesse momento a terra se abre e surge da fenda o deus da morte e do mundo subterrâneo, Hades, que a carrega, apesar de seus gritos, em seu carro puxado por "imortais cavalos", para Hades, seu reino. Perséfone grita pedindo a Zeus que a salve, sem suspeitar que o rapto tinha sido tramado por ele mesmo e por Hades, seu irmão. Do fundo de sua gruta, Hécate, deusa da sombra e da tênue luz da lua, nada vê, mas ouve o grito de Core.
Durante 9 dias, deméter procura por sua filha, em vão. Na aurora do décimo dia, Hécate vem a seu encontro e diz à deusa inconsolável que sabia que sua filha tinha sido raptada mas não sabia por quem. Juntas, vão perguntar ao Sol, o deus Hélio, que tudo vê no seu curso pelo céu. O deus resplandecente conta que Perséfone tinha sido dada por Zeus a Hades para ser sua esposa e rainha do reino dos mortos, e volta para as alturas no seu carro de luz, deixando imersa em escuro desespero a deusa Deméter.
No mundo subterrâneio, Core recebe o nome de Perséfone.
Deméter abandona o Olimpo e vai para a cidade dos homens. Em toda a Terra, os campos secam e as plantas começam a murchar. As sementes não brotam mais. Zeus percebe que os homens estão perecendo pela fome e que, deste modo, não haverá mais oferendas e sacrifícios para os deuses. Os outros deuses vêm, então, suplicar à Deméter que volte ao Olimpo e cubra a Terra de fertilidade novamente. Mas ela declara que nenhuma semente brotará enquanto não lhe for devolvida Perséfone.
Finalmente, Zeus envia Hermes, o mensageiro, filho de Maia, ao Hades para pedir ao senhor dos mortos que concorde em ceder a esposa à sua mãe.
Hades dá seu consentimento; Core, exultante, prepara-se para partir. Na despedida, o marido pede-lhe que coma com ele alguns gomos de romã. Depois de compartilharem a fruta, Perséfone salta no carro dourado de Hermes e, "puxados por cavalos de longas asas" atravessam os mares, os picos das montanhas, e chegam ao bosque perto do templo. Mãe e filha correm em direção uma a outra e abraçam-se numa alegria sem limites. Subitamente, Deméter suspeita de um embuste e pergunta à filha se tinha comido alguma coisa enquanto estava no mundo subterrâneo. Perséfone lembra-se de ter partilhado a romã com o marido, e sua mãe sabe então que só a terá de volta por dois terços do ano. Um terço a filha terá que passar com Hades no reino dos mortos. Por isso durante uma terça parte do ano tudo seca e morre na natureza. E todos os anos, quando Core volta, tudo volta a brotar. Sua volta traz a primavera - sua mãe cobre a terra de flores.
Ostara é o festival em homenagem á Deusa Oster, Senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa.
Nesse dia sagrado, os antigos acendiam fogueiras ao nascer do sol, tocavam sinos e decoravam ovos cozidos. Este antigo costume pagão associado á Deusa da fertilidade ainda é praticado por todos os adeptos desta cultura.
Por isso os ovos, símbolos de fertilidade e da reprodução, eram usados nos antigos ritos da fertilidade. Pintados com vários símbolos mágicos eram lançados ao fogo como oferenda á Deusa.
Em certas partes do mundo pintavam–se os ovos com cores do equinócio da primavera, como de amarelo ou dourado (cores solares sagradas), utilizando-se para honrar ao Deus Sol.
Nos países de origem Celta, nesta época do ano, a Deusa Oster ou Eostre é lembrada e honrada com festivais que incluem flores, cores vivas, ovos e lebres.
As flores e as cores vivas representam a primavera; os ovos representam a possibilidade de uma nova vida; os rituais são feitos em homenagem à Mãe Natureza, que mais uma vez fertilizará seus campos e nutrirá os homens que vivem sobre o seu leito; e a lebre branca é o animal sagrado dedicado à Lua, que simboliza a fertilidade e a Deusa.
Na agricultura, assinala o momento em que as sementes são plantadas e começam o seu processo de crescimento. É tido como um momento de união e amor entre a Deusa (Lua) e o Deus (Sol), pois é um período de igualdade e equilíbrio entre as forças da Natureza – marcando também o momento ideal para fortalecer a energia entre homem e mulher. Nesse momento, eles são um só, se completam.
Neste dia, a escuridão e a luz estão equilibradas, assim sendo, este Sabbat traz sentimentos de equilíbrio e interação. Desse dia em diante o dia domina a noite – os dias são maiores que as noites e a Terra explode com vida. É o retorno do Deus (Sol) após ter estado no mundo inferior ou útero da Deusa durante o período de Inverno.
A Natureza revela-nos o momento de plantar, tanto as sementes na terra como na vida. É o período de celebrar as mudanças do corpo pois nesta estação do ano ficamos mais ativos, dormimos menos, comemos menos e gastamos mais tempo ao ar livre.
Cores de Ostara: verde, amarelo, branco.
Ervas: lavanda, manjerona, violetas, musgo de carvalho, rosas, tulipa, verbena.
Pedras: quartzo branco, quartzo rosa, ágata, lápis-lazúli, amazonita, citrino.